Estudo inédito mostra como bebês de apenas 1 ano ficam indignados com desigualdades. POR CLARISSA MELLO. Rio - Aos 15 meses, a pequena Alice não se importa de emprestar seus brinquedos favoritos. Ao contrário: faz questão de brincar com outras crianças e até oferece sua boneca predileta se vê uma amiguinha chorando, diz a mãe, Carolina Soares, orgulhosa. Mesmo tão novinha, Alice já tem o chamado “senso de justiça”: capacidade de perceber como o outro se sente em situações de alegria e tristeza. Alice não é a única. Novo estudo, de pesquisadores da Universidade de Washington (EUA), mostrou pela primeira vez que bebezinhos de 1 ano e 3 meses — que mal sabem falar — já têm noção de ética. “É, na realidade, a empatia — capacidade de se colocar no lugar do outro”, explica o psiquiatra infantil da UFRJ, Fábio Barbirato. “Essa característica se desenvolve nas áreas de percepção sensorial do cérebro. Aos 18 meses, a criança já tem essas áreas formadas”. Segundo ele, a empa