O Ministério Público Federal lançou nesta quarta-feira (29)
a campanha No Fluxo da Vida, Cada Gota Conta, em uma escola municipal de Campos
dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro. Idealizador da ação, o
procurador da República Eduardo Santos afirma que o objetivo é promover uma
mudança no modo de ver e tratar os recursos hídricos. O evento contou com a
participação de mais de 100 alunos, entre 6 e 12 anos, pais, professores e
representantes da sociedade civil e do poder público.
Houve exposição de fotos sobre o Rio Paraíba do Sul em
diversos períodos da sua história, mostrando a gravidade da situação atual. Os
alunos também assistiram a uma aula sobre a importância da recuperação e da
preservação dos rios. Durante o encontro, um grupo de crianças acompanhadas e
monitoradas por agentes de trânsito do local distribuiu panfletos sobre a
campanha aos motoristas. A assessoria do Ministério Público Federal informou
que a escolha de Campos para iniciar a campanha se deve à importância que o Rio
Paraíba do Sul tem para a vida dos moradores do município. Ainda segundo o
órgão, a ideia é levar a campanha para outras cidades, como Rio de Janeiro e
São Paulo.
O procurador da República ressalta que a principal meta do
evento é acabar com “crença” de que a água é um recurso ilimitado. “Quando há
um período de seca, as pessoas acreditam que basta chover e a questão estará
resolvida. Mas existem diversos problemas que podem implicar uma grande
escassez de água, como a crescente industrialização, urbanização, desmatamento,
e poluição dos rios”. Santos acrescenta que “se nada for feito, isso pode aumentar as disputas pelo uso da água e
deixar cada vez mais pessoas sem acesso a esse recurso”.
Vice-diretora da Escola Municipal Pequeno Jornaleiro, local
onde ocorreu a ação, Regina Peçanha de Barros explica a importância de
organizar campanha com as crianças. “A educação ambiental deve passar por
todos, principalmente pelas crianças, que podem se tornar multiplicadoras da
ideia. Além disso, elas devem estar conscientes do problema para cobrar
soluções do governo e das empresas, pois serão as mais prejudicadas caso não
seja feito algo para garantir o bom uso dos recursos hídricos", alertou.
Um relatório divulgado em março deste ano pela Organização
das Nações Unidas (ONU) revelou que 768 milhões de pessoas em todo o planeta
não têm acesso a água potável. O texto apresentado pelo órgão também prevê que,
se não forem feitas intervenções que busquem reduzir a degradação ambiental,
esse número pode chegar a 2,3 bilhões até 2050.
Fonte: Agência Brasil