Baseados no aumento da renda e do crédito, os gastos das famílias vêm empurrando o crescimento da economia do país nos últimos anos. Mas a farra parece estar acabando. Os brasileiros estão mais endividados e pensam bem antes de fazer uma compra parcelada em várias vezes. Os bancos, por sua vez, também estão mais restritivos, temendo a inadimplência. E os juros mais altos tornam o crédito ainda mais caro.
O resultado é que, com menos crédito no mercado, o consumo cresce menos, e prejudica o desempenho da economia. O desempenho fraco do Produto Interno Bruto (PIB) nos três primeiros meses do ano, divulgado nesta sexta-feira (30), confirmou as expectativas ruins: a economia do país cresceu de 0,2% frente ao trimestre anterior. Já o consumo das famílias mostrou queda de 0,1% – o primeiro recuo desde o terceiro trimestre de 2011.
As famílias têm a sensação de que as coisas não estão indo bem e não querem assumir compromissos financeiros grandes, avalia Otto Nogami, professor de economia do Insper. “Elas tendem a ser mais cautelosas e a não assumir maiores compromissos financeiros, como as compras em 10 vezes no cartão, os 3 chequinhos, uma vez que já estão enforcadas”, diz.
G1