Cuidar da saúde deve ser uma preocupação durante o ano todo. Mas nem sempre é assim. E quando chega o verão, as gordurinhas extras evidentes acabam fazendo com que muitos corram atrás do tempo perdido. Os suplementos termogênicos são os mais procuradas para quem quer emagrecer milagrosamente. No entanto, além da substância não fazer milagre, pode trazer risco à saúde, ainda mais em temperaturas elevadas.
- O que acontece, na verdade, é que os termogênicos são usados na tentativa de perda de peso de forma abrupta - afirma Rogério de Moura, membro da Sociedade Internacional de Cardiologia Intervencionista e Angiografia, da Sociedade Latino Americana de Cardiologia Intervencionista e chefe da Cardiologista do Hospital Balbino. - O uso desse tipo de substância não é recomendado, pois sobrecarrega o sistema cardiovascular.
Com os termômetros batendo mais de 30 graus Celsius no Rio e as chuvas de verão distantes - de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a cidade recebeu 71% menos precipitações do que a média de janeiro e a seca deve se estender até a primeira quinzena de fevereiro - os esportes ao ar livre já exigem um cuidado maior dos praticantes.
- Em altas temperaturas, o corpo não consegue trocar calor com o meio externo e a temperatura corporal sobe - explica Claudio Gil de Araújo, diretor médico da Clinimex, especializada em medicina do esporte. - Assim, prejudica varias funções, já que grande parte da distribuição do sangue vai para a pele e passa para os músculos e outros órgãos, diminuindo o fluxo para o cérebro. Quando isso acontece, a pessoa sente tontura e pode até chegar a perder a consciência.
Os termogênicos potencializam o risco pois elevam a temperatura interna do corpo, aumentam os batimentos cardíacos e dão mais disposição e energia para a prática esportiva.
- No calor do rio, é um contrassenso utilizar termogênicos. Eles elevam a pressão arterial e podem gerar arritmia cardíaca, insônia, perda total do apetite e irritação - ressalta Moura.
Devido à proibição da efedrina - sua principal substância - no Brasil, o suplemento que é vendido no país é feito à base de cafeína, o que aumenta pouco o gasto calórico e pode levar a uma superdosagem ainda mais perigosa.
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