Dar visibilidade a um trabalho artesanal colorido e tradicional, com a cara do Rio de Janeiro. Essa foi a proposta do primeiro Concurso de Bordado do Estado, cuja cerimônia de premiação foi realizada nesta sexta-feira (27/9), no auditório da Fecomércio-RJ, no Flamengo. Das 157 inscrições recebidas, três foram vencedoras: Eponina de Almeida, de Porciúncula; Rita de Cássia dos Santos, de Campos; e Doralice Firme, do Rio. Todas foram premiadas, com R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil, respectivamente, concedidos pela Agência Estadual de Fomento (AgeRio).
Os participantes fazem parte do Programa de Artesanato do Rio de Janeiro, ligado à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, e todos os trabalhos foram confeccionados à mão, a partir de diferentes técnicas, em peças que variavam: desde luminárias e bolsas até almofadas e casacos. Durante a cerimônia, também foram homenageados os 30 artesãos selecionados em votação popular, que também receberam certificados de qualidade do programa Qualidade Rio.
– O concurso veio para tornar evidente que temos uma qualidade de bordado muito boa no estado. As bordadeiras mantêm centenas de famílias com a renda. Esta é a maneira que temos de incentivar e trazer mais renda para as bordadeiras do estado, que fazem este trabalho tão colorido, cheio de vida, diferente do resto do Brasil – afirmou a subsecretária de Comércio e Serviços, Dulce Ângela Procópio.
Terceiro lugar no concurso, Doralice Firme, de 60 anos, faz parte do Grupo Bordado Carioca desde 2007. Com um ateliê próprio montado há dois anos, no Morro da Conceição, ela conta que desde que se aposentou, em 2005, entrou “de cabeça” no antigo hobby de infância.
– Voltei às minhas origens, sempre amei bordar. Aprendi aos 9 anos. Voltei a bordar quando meus filhos nasceram, e depois só quando me aposentei. Colocar meus conhecimentos em flores e bordados me traz alegria. Boto para fora a minha alma, invento, crio muita coisa, e ainda tenho bastante contato social – disse Doralice.
Por sua vez, a primeira colocada, Eponina de Almeida, tem um ateliê em sua cidade, Porciúncula, onde atua com diversas bordadeiras.
– Adoro o que faço. Eu desenho e as bordadeiras executam. Dou liberdade para criarem em cima do meu trabalho – contou a artesã.
O concurso foi constituído por três etapas: na primeira, as peças inscritas foram escolhidas por votação popular, via internet. Na segunda fase, foi montada uma exposição das obras na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), quando puderam ser votadas pelos visitantes e também por meio do site. Na última etapa, os 30 bordados mais votados pelo público foram submetidos a um júri técnico, que selecionou os três vencedores do concurso. No total, foram quase 13 mil votos.
O júri técnico contou com a participação da jornalista Hildegard Angel, do designer Gilson Martins, da vice-primeira-dama do Estado, Maria Lúcia Horta Jardim, da doutora em Antropologia Elizabeth Costa e da representante de entidades civis voltadas para o artesanato da terceira idade, Terezinha de Freitas de Borges Franco. Para avaliar as peças, foram usados como critérios a excelência em qualidade, autenticidade, inovação, respeito ao meio ambiente e possibilidade de comercialização.