Numa abordagem típica de um filme, dez pessoas – um motorista, uma professora e oito estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) – foram rendidas, na madrugada do último domingo, por dois falsos policiais, próximo ao Trevo de Apiacá, cidade capixaba que faz limite com Bom Jesus do Itabapoana. Os bandidos roubaram a van que transportava o grupo em direção a Vitória, além de dinheiro, joias, roupas, tablet e notebooks.
Sob a alegação de que haviam recebido uma denúncia, segundo a qual havia drogas na van – a Ducato branca placas OVF 6242, de Itarana, – os assaltantes fizeram o grupo sair do carro num trecho escuro do Distrito de Ponte do Itabapoana.
Para tornar mais convincente a falsa ação policial, os bandidos instalaram um equipamento, do tipo giroflex, com sirene, sobre o carro que usaram para interceptar a van.
Duas das vítimas, alunas de um curso de mestrado, disseram que um bandido estava armado. “No início, simularam que fariam uma revista, mas, depois, admitiram que era assalto”, lembra uma vítima. “Eram 2h30, e estávamos sonolentos. Não tínhamos condição de reagir, até porque pensamos que era uma abordagem policial”, diz Maria, nome fictício de uma das vítimas.
Na van, que havia saído de Caxambu, em Minas Gerais, estavam um professor e oito alunos – cinco de mestrado e três de graduação –, que haviam participado de um Congresso de Biologia Experimental.
O motorista da van – que tinha seguro – diz que só após o assalto soube, por outros motoristas, que o trecho é perigoso, fato que teria sido admitido pelos próprios PMs que socorreram o grupo.
“Felizmente, um carro parou no local, e o motorista nos emprestou o celular para a gente pedir socorro. Ficamos no mato, no escuro, até umas 4h, quando a polícia chegou. Os militares nos colocaram numa única viatura e nos deixaram sob a luz de um poste, no trevo, à espera de outra van que meu pai solicitou, após ter recebido uma ligação minha”, diz uma estudante.
As vítimas querem que a polícia “se empenhe” para achar os bandidos e tudo que lhes foi roubado. E dizem que ficaram surpresas ao ouvir dos policiais que o caso delas não era o primeiro. A ocorrência foi registrada em Vitória e Vila Velha, onde moram as pessoas rendidas.
Fonte: A Gazeta