A Corregedoria do Detran, em conjunto com o Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e com a
Polícia Civil, realizaram em 12 municípios do Estado a operação “Asfalto Sujo”,
que prendeu 38 pessoas suspeitas de fraude no sistema do órgão, sendo que seis
suspeitos são funcionários de Campos, inclusive João Acácio Filho, identificado
como chefe de um dos postos. Além dele, também foram presos Cibele Coutinho
Amaral França, Gesiana Areas Sampaio, Maurício Ribeiro Areas, Monique Peixoto
Teixeira e o despachante Ferdinando de Azevedo Silva. Em julho deste ano, outro
funcionário do DETRAN foi preso. Na ocasião, o suspeito estaria envolvido na
tentativa de inserção de dados falsos no sistema do órgão.
De acordo com a assessoria de imprensa do Detran, foram realizadas
diversas denúncias de que estariam acontecendo irregularidades em pelo menos
quatro postos de vistoria. Entre os crimes cometidos, os mais comuns seriam de
“vistoria fantasma”, transferência de propriedade de veículos sem recibo de
compra e venda, o chamado “pulo”, emissão de documentos falsos e recebimento de
propina que variava entre R$ 50 e R$ 1,2 mil.
A quadrilha estaria agindo desde julho de 2009 e o lucro mensal
giraria em torno de R$ 200 mil, com as fraudes. A partir das denúncias, a
Corregedoria do órgão realizou um trabalho de inteligência durante os últimos
seis meses para identificar os suspeitos de envolvimento no caso. Por conta das investigações, o sigilo
telefônico dos funcionários foi quebrado pela justiça e ligações de 60 dias
foram monitoradas, chegando aos nomes dos suspeitos. O juiz responsável pelo
caso decretou 41 mandados de prisão e 67 mandados de busca e apreensão. O
primeiro município a ser investigado foi Itaboraí e, a partir daí, outras
fraudes foram descobertas em São Gonçalo, Niterói, Tanguá, Cachoeiras de
Macacu, Magé, Rio de Janeiro, Rio Bonito, Duque de Caxias, São Fidélis, Bom
Jesus do Itabapoana e Campos. Os denunciados seriam o chefe do posto da Comauto
de Campos, o subchefe do Posto de Itaboraí e outros funcionários responsáveis
pela emissão de documentos, despachantes oficiais e zangões - despachantes não
oficiais.
Cinco mandados foram cumpridos em Campos e um em São Fidélis. Já o
suspeito de Bom Jesus do Itabapoana não foi encontrado. Todos os presos foram
levados de helicóptero para a Delegacia de Defraudações, na capital do Estado,
onde permanecerão detidos. Além das prisões, o Ministério Público também
decidiu afastar 47 funcionários do Detran e despachantes públicos registrados
que poderiam estar envolvidos — ainda não há provas. Quanto aos veículos que
não foram vistoriados corretamente após o pagamento de propina, a polícia já
tem o conhecimento de 100 e todos terão que passar por nova vistoria.
Informações e foto de Folha da Manhã