Das dezenove testemunhas arroladas pelo Ministério Público, nove delas foram dispensadas pela promotora Priscila Naegeli Vaz. As defesas de Janaína Silva de Oliveira e do policial militar Ronaldo Amaral dispensaram todas as testemunhas.
O advogado da viúva, Jackson Rodrigues, ouvirá nove pessoas. O advogado Flávio Fernandez, que representa o PM Marco Antônio Vicente, ouvirá três testemunhas.
Após o sorteio dos sete jurados que farão parte do Conselho de Sentença, a juíza Roberta Braga Costa iniciou o interrogatório da primeira testemunha.
Na semana passada, a ex-cabeleireira teve o pedido de habeas corpus negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a acusação, ela teria decidido matar o marido, em 2007, depois de descobrir que ele queria excluí-la do testamento.
No habeas corpus, a defesa de Adriana, indiciada por homicídio qualificado, pedia concessão de liminar para suspender o julgamento pelo Tribunal do Júri, marcado para esta segunda. De acordo com a defesa, houve excesso de linguagem na sentença de pronúncia – aquela em que o juiz determina o julgamento pelo Tribunal do Júri. Tal excesso, diz a defesa, poderia influenciar negativamente os jurados.
Além disso, a defesa alegou que foi impedida de questionar os corréus – além dela, cinco pessoas são acusadas da morte de Renné –, o que ofende os princípios do contraditório e da ampla defesa, e apontou falta de provas de que Adriana mandou assassinar o marido.
Em junho deste ano, a Justiça não reconheceu a união estável entre Renné e Adriana. De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça do Rio, o pedido de reconhecimento foi julgado improcedente pela comarca de Rio Bonito.
Desde a morte de Renné, Adriana trava uma batalha judicial com Renata Senna, a única filha do milionário, para ficar com os bens deixados pelo ex-lavrador, entre eles um carro do ano 2000, que seria da ex-cabeleireira mas está com a filha de Renné desde 2007.
Em fevereiro, o advogado da filha da vítima entrou com um processo de indignidade para que Adriana perca o direito sobre a herança. A ação ainda tramita na Justiça. E em março deste ano, Adriana entrou com uma ação na 2ª Vara Criminal de Rio Bonito de calúnia, injúria e difamação contra Renata. Foi uma resposta ao processo de indignidade.
Em seu último testamento, Renné deixou 50% de seus bens para a filha, e o restante para a viúva. Caso Adriana seja declarada indigna pela Justiça, Renata será a única herdeira da fortuna de Renné.
Dos seis acusados de envolvimento na morte de Renné, dois já foram julgados: o ex-PM Anderson Sousa e o motorista Ednei Gonçalves. Ambos foram condenados a 18 anos de prisão em julho de 2009. Segundo a acusação, a viúva Adriana Almeida seria a mandante. Ela teria decidido matar Renné após descobrir que ele pretendia excluí-la do testamento.
Os outros três réus são a professora de educação física Janaína Oliveira (amiga de Adriana e ex-mulher de Anderson Sousa), e os PMs Marco Antônio Vicente e Ronaldo Amaral de Oliveira. Eles ainda não foram julgados.